Nosso Senhor Jesus Cristo
Todavia, deve ser considerado que a misericórdia, como ela se encontra em Deus, que é segundoo que temos revelado na Bíblia, não é um mero sentimento de compaixão para com as nossas misérias, porque ela compreende todo um conjunto de ações voltadas especialmente para o nosso resgate das garras do mal, tanto externo quanto interno, de modo que possamos ser achados efetivamente naquela condição bem-aventurada que Jesus veio nos trazer.
Daí dizer o apóstolo que devemos nos empenhar em salvar os que estão na dúvida, como alguém que tira uma pessoa de um incêndio. Na verdade
Duvidar da bondade, do amor e da salvação que está em Jesus Cristo, não lhe traz qualquer honra, ao contrário, é uma grande desonra e um impedimento para que a salvação seja concretizada. É por confiarmos inteiramente nele que somos salvos, e assim, o apóstolo nos instrui a conduzir estes que duvidam a uma condição de plena fé, porque é somente por esta que poderão ser salvos.
Deus deve ser temido porque apesar de ser profundamente misericordioso, não pode agir contra o atributo da sua justiça e também contra a sua santidade, que determinam a condenação eterna de todo aquele que não for justificado por meio da fé em Cristo.
A sua justiça teve que ser satisfeita primeiro com o ato misericordioso da morte de Jesus em nosso lugar, para que pudéssemos ter um fundamento firme para a nossa justificação.
Não há outro modo para se arrebatar alguém do fogo do inferno. Isto é feito somente por se dar pleno crédito à mensagem do evangelho. Não somos nós propriamente que arrebatamos alguém do fogo, mas o próprio Cristo, pelo seu poder, quando se tem fé na sua Palavra.